História


Dores do Indaiá, pequena cidade do centro-oeste de Minas Gerais, tem suas origens ligadas a busca de minas de ouro por parte dos bandeirantes ao longo do rio Indaiá e do rio São Francisco no começo do século XVIII.

O primeiro povoador foi Domingos de Brito, que ganhou uma sesmaria e ali se instalou. Entretanto, Domingos ficou por pouco tempo, dada a hostilidade dos índios Tapuias que viviam na região a tempos.

No final do século XVIII, quatro irmãos (Amaro, José, Joaquim e João Costa Guimarães) e ex-mineradores da região de Pitangui obtiveram sesmarias e se estabeleceram. No início do século XIX, os primeiros fazendeiros construíram uma capela e ao redor foram sendo construídas casas. Logo, se formaria o Arraial da Boa Vista.

Dada a importante circulação de pessoas e mercadorias, Dores do Indaiá foi elevada a categoria de cidade em 8 de outubro de 1885 e cinco anos mais tarde foi instalada a comarca.

Muitos não sabem, mas Dores do Indaiá foi uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. Foi idealizada pelo urbanista Francisco Palmério, de acordo com os padrões urbanísticos europeus da época, com ruas largas e extensas, como a avenida Francisco Campos. 

Dores do Indaiá teve muito progresso, principalmente entre as décadas de 1920 a 1960. A cidade sempre teve uma imprensa muito ativa, muito imbuída nos fatos e eventos locais. O principal jornal é "O Liberal", criado em 1933 por Cornélio Caetano, ex-prefeito de Dores. A cidade foi uma das primeiras da região a possuir rede de energia elétrica e de água, além da Estação Ferroviária de Dores do Indaiá, instalada em 1922.

Em 1921 foi concluída a suntuosa obra da Igreja Matriz de Dores do Indaiá, igreja em estilo neoclássico que foi erguida devido a diversos esforços locais. Entre as importantes instituições, destaca-se a criação da Escola Estadual Doutor Zacarias em 1922, da Escola Estadual Francisco Campos em 1928, essa última referência no ensino a nível estadual, e da Santa Casa de Misericórdia Doutor Zacarias em 1931.

Dores do Indaiá é origem de várias personalidades muito importantes que são referência no campo da política, da economia, da literatura e das artes. Pode-se destacar nomes como Francisco Campos, Emílio Guimarães Moura, Bolívar Lamounier, Waldemar de Almeida Barbosa, Carminha Gouthier, Stella Maris Rezende, Maria das Dores Caetano Guimarães e tantos outros.

A cidade é terra do campo e da religiosidade. Símbolo disso são os dois principais eventos de Dores: a Exposição Agropecuária de Dores do Indaiá (Expodores) criada em 1965 com o intuito de desenvolver e divulgar a atividade agropecuária e a Festa de Nossa Senhora do Rosário, que é expressão da cultura popular e religiosa desde 1832.

Hoje, Dores do Indaiá possui uma economia relativamente diversificada, baseada na pecuária, em poucos ramos industriais e em um comércio e serviços relevantes, que se concentram nas regiões centrais.

Texto de Leonardo Mendonça, do blog Folha do Indaiá.